Criador da criptomoeda, Do Kwon, negocia adoção do novo token com corretoras; Binance sinaliza possível listagem.
Com 65,5% dos eleitores a favor da proposta do CEO da Terraform Labs, Do Kwon, foi aprovado na manhã desta quarta-feira (25) o projeto de criação de uma nova versão da blockchain Terra e da criptomoeda Luna. Os 13,53% dos votos contrários à mudança não foram suficientes para impedi-lo, frustrando uma parcela significativa da comunidade Luna que não estava de acordo com a nova versão da blockchain.
A sondagem oficial também contou com um grande número de abstenções, que representaram 20,98% da votação. Dos 146 validadores da rede que tinham maior poder de voto, 92 não participaram da consulta. Dos que votaram, 42 foram favoráveis à proposta, oito se abstiveram e apenas três votaram contra. Embora a proposta #1623 não atenda a comunidade que defendia a queima de tokens como solução para a recuperação da Luna, o texto é apoiado pela Terraform Labs e pelos principais validadores da rede, como ficou claro na votação de hoje.

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Uma nova blockchain
Aprovada, a nova versão de Terra (LUNA) será apresentada no mercado já nesta sexta-feira (27). Neste dia, a rede antiga terá o seu nome modificado para Terra Classic. Da mesma forma, a atual versão da Luna passará a se chamar Luna Classic e será identificada pelo símbolo LUNC.
Assim, a nova blockchain e moeda ficarão com o nome original, enquanto a versão antiga será identificada pelo “classic”. Vale lembrar que essa mudança não representa um hard fork, no qual uma blockchain existente é bifurcada em duas redes diferentes — uma dá continuidade ao protocolo anterior e outra segue a nova versão.
No caso do Terra, uma nova rede será gerada do zero e terá um bloco gênesis demarcando o início da blockchain. A stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) não será incluída nesta nova blockchain,. O UST continuará existindo no mercado, mas não terá mais desenvolvimento da Terraform Labs.
Por enquanto, o mesmo deve acontecer com a versão antiga da Luna (LUNC), já que a Terraform Labs não informou se prestará algum tipo de suporte à cadeia antiga quando a nova for lançada. Os investidores que atualmente têm LUNA e UST na carteira — ou tinham antes do colapso da moeda — serão beneficiados por um airdrop da nova versão da moeda.
Conforme Do Kwon tuitou nesta manhã, os investidores que mantêm Luna e UST em exchanges também serão incluídos no airdrop, de tal forma que o usuário não precisa enviar as moedas para um carteira externa.
Preparativos
Agora que a proposta de criação de uma nova Luna foi aprovada, integrantes do mercado começam a se preparar para a mudança. Nesta manhã, a Binance escreveu no Twitter que está trabalhando em “estreita colaboração” com a equipe do Terra para fornecer aos clientes impactados “o melhor tratamento possível”. A posição da corretora é um possível sinal de que a nova versão da Luna poderá ser integrada à plataforma nos próximos dias.
Outras corretoras, como a HitBTC, já confirmaram a listagem na nova versão da Luna na sua estreia na sexta-feira.
Ainda é um mistério se as corretoras da Coreia do Sul, país com grande números de investidores do projeto, listarão a nova Luna em meio a pressão das autoridades locais que investigam a crise da criptomoeda.
O site Herald Economic Daily afirmou nesta manhã que Do Kwon contatou cinco exchanges do país para negociar a listagem da nova versão da moeda, mas não obteve sucesso. No seu perfil oficial do Twitter, Kwon negou essa informação.
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Além das exchanges, projetos de finanças descentralizadas (DeFi) que existem na versão antiga da blockchain Terra, também discutem se vão ou não apoiar a nova versão da rede.
Alguns projetos como Prism Protocol e Stader Labs, já se comprometeram em lançar novamente seus produtos na blockchain atualizada.
Já o Lido Finance fez uma consulta na comunidade para tomar essa decisão e 95% dos votos foram contrários à migração para a nova rede.
Fonte: portaldobitcoin | Imagem: livecoins